Não é tempo

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Onde habito eu?
Que me queres tu, vida minha?
Imagens momentâneas captam meu olhar
Fazem minhas lágrimas deslizarem no tempo perdido
Que nunca mais pode ser vivido
Se de simplicidade digo eu ser feita
Onde está meu sorriso?
Andas tu, vida minha, a pregar-me partidas?
Se de afins digo eu ser feita
Que me interessa um se?
Se um se nada significa porque o tempo não é ilusão
Mas sim um dom
O meu dom mais sonhado, sofrido e perdido
Não se pode criar tempo
Não se pode matar tempo
Não se pode chorar do tempo,
Mas posso eu, vida minha,
Chorar no tempo?
Deixa minhas lágrimas secarem
Por um sabor sem sentimentos
Um turbilhão de incertezas
E um medo de ti
Que me leves o tempo
Sem eu o conseguir viver.
Vida minha, suplico-te:
Mata-me antes do tempo acabar.

Gritos de rua

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Está quase no fim

A correr nesta rua
Grito eu! De dor
De deixar o tempo
perdido, só e triste
Que tristeza carregas tu, meu tempo?

Continuo a correr
Deslizo meu corpo com pressa
Para não sentir o vazio
O tempo
Com pressa de não te querer agarrar
Grito eu! De dor
De liberdade

Se a rua não tiver saída,
Para onde vai minha dor?