Húbris

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Que eives teu corpo com meu cheiro. Penetrando todas as constelações que possuis, com um caminho de pedras cravadas de libertinagem, cheias de desejo de frescura, imensidão sonhadora e de bordos unidos para um sempre. Vejo tua cara. Crua e pálida, desnutrida de prazer. Sábia da descoberta daquela pélvis mais temida, por ti, no dia que antecederá à nossa plenitude. Curvaste com afã teu dorso sobre a magnífica realeza que teu pensamento conseguiu imaginar. Deixaste teu corpo suspenso no mais leve e inseguro luar. Não sabes rir. Porque é que o ano só te ensinou o silêncio? Desenhaste dois círculos. Um redondo, irreal, feliz, mole, cheio, maleável, tonto, saltitante mas bem cerrado. Um redondo, real, cruel, triste, apático, duro, frio, imóvel mas figurado. Teus fluidos penetrarão com toda a certeza que nunca abalizarás a plenitude. Mas vais. Parabéns silêncio!

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